Estudo revela que dormir menos de 6 horas por noite acelera envelhecimento cerebral
Um amplo estudo conduzido por neurocientistas da Universidade de Oxford e do Instituto do Cérebro da UFRJ revelou que dormir consistentemente menos de 6 horas por noite pode acelerar o envelhecimento cerebral em uma taxa alarmante. A pesquisa, que acompanhou mais de 30 mil participantes durante uma década, utilizou ressonância magnética avançada e testes cognitivos para avaliar os efeitos do sono insuficiente no cérebro.
Os resultados mostram que indivíduos com privação crônica de sono apresentam uma taxa de atrofia cerebral até três vezes maior que a normal, especialmente em regiões associadas à memória e funções executivas. Em termos práticos, isso significa que cada ano de sono insuficiente pode envelhecer o cérebro em até 3 anos além da idade cronológica do indivíduo.
"O sono não é um luxo ou uma perda de tempo, como muitas pessoas ainda pensam", alerta o Dr. Jonathan Silva, neurocientista brasileiro coautor do estudo. "Durante o sono profundo, o cérebro realiza processos essenciais de limpeza e reparo que não podem ser compensados de nenhuma outra forma".
A boa notícia, segundo os pesquisadores, é que os danos parecem ser parcialmente reversíveis. Participantes que melhoraram seus padrões de sono, passando a dormir entre 7 e 8 horas por noite, apresentaram recuperação significativa das funções cognitivas e desaceleração da atrofia cerebral após dois anos de sono adequado.
Os cientistas recomendam priorizar o sono como uma medida preventiva contra doenças neurodegenerativas e declínio cognitivo, e sugerem que políticas públicas de saúde deveriam abordar a epidemia de privação de sono com a mesma seriedade que outras questões de saúde pública.